No mundo corporativo, a mudança consiste em uma resposta organizacional a oportunidades ou problemas, sejam eles decorrentes dos âmbitos interno ou externo da empresa.
Embora as instituições contem com planejamentos estratégicos, que preveem certos cenários, acontecimentos diversos e inesperados causam impactos reais em seus processos, sistemas e estruturas. E é aí que entra a gestão de mudanças!
Neste artigo, falarei um pouco sobre como a gestão de mudanças pode ajudá-lo a lidar com as constantes transformações que vivenciamos e ainda tornar seu negócio mais competitivo.
Por que é importante se adaptar a mudanças?
O ser humano encara o novo de forma irracional, usando o sistema límbico, que é responsável pelas respostas emocionais. Portanto, a primeira reação ao desconhecido tende a ser o medo.
A questão é precisamos aprender a encarar esse tipo de situação, racionalizando-a. Afinal, a mudança é a maior certeza que nós temos. Não tem como fugir!
Heráclito de Éfeso, filósofo que viveu entre 500 a.C. e 450 a.C., já dizia que “a única constante é a mudança”. Anos e anos depois, por volta de 1840, Charles Darwin completou: “não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
E não pense que hoje em dias as coisas estão diferentes — muito pelo contrário. Neste ano, o relatório Emprego dos Sonhos?, lançado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que 54% dos profissionais poderão perder seu lugar no mercado até 2022 se não buscarem aprimorar ou ganhar novas habilidades.
Quais são os principais obstáculos?
As mudanças sempre existiram. O fato é que, agora, estamos enfrentando transformações mais rápidas e complexas.
Diante desse cenário, muitas organizações investem na aquisição de novos aparatos para contornar a situação — reforçando a falta de compreensão de que mudanças pontuais não são suficientes para alcançar resultados positivos.
É preciso alterar todas as alavancas que integram o ecossistema da organização, promovendo uma sintonia entre a cultura, o modelo de negócios e o comportamento dos colaboradores, especialmente das lideranças.
Cultura organizacional
A cultura é a teia de significação que envolve a organização. Ela rege as crenças e os valores que são repassados entre os colaboradores ao longo do tempo, estabelecendo o modo de ser, agir e se organizar.
E é exatamente a cultura de alguns negócios que impede a efetivação das mudanças. Isso porque, ainda hoje, encontramos empresas que não percebem a importância da implementarem uma cultura de aprendizado, essencial para o alcance de uma alta performance.
Modelo de negócios
Associada à cultura de aprendizado, temos a necessidade de adoção de um modelo de negócios ágil, que preconiza um ciclo curto de execução, no qual as pessoas erram rápido para acertar, sem perder o “timing to market”.
O que acontece é que muitas organizações se preparam apenas para o “go digital”, ou seja, investem em alta tecnologia, redecoram seus ambientes, mas não mudam seu DNA — o mais importante!
Elas atuam em um modelo baseado em controles antigos, falta de comunicação, demora na tomada de decisão, áreas trabalhando como silos, modelos de reconhecimento individualizados e um backoffice que não acompanha a urgência do business.
Postura das lideranças
A tecnologia é um caminho sem volta e vem trazendo mudanças exponenciais para o mundo corporativo. Em contrapartida, ainda existem líderes com o mindset que de tudo sabem, fechando-se aos aprendizados necessários para um crescimento contínuo.
Se podemos tirar uma lição dessa situação é que o bom líder já não é mais quem ensina, mas sim quem sabe fazer boas perguntas.
Além disso, é preciso que tenha uma postura mais humana, pautada na inteligência emocional e na empatia. Essa é habilidade essencial nos dias atuais, possibilitando a sensibilidade para saber ler cenários e adotar atitudes coerentes.
Atuação dos colaboradores
Muitos trabalhadores estão lidando com o medo de serem substituídos por robôs. De fato, diversas ocupações serão transformadas pela tecnologia. Contudo, o “novo mundo” ainda demandará a atuação humana — seja para operar as máquinas ou para ocupar áreas estratégicas dos negócios.
Para isso, serão necessárias ações de requalificação e treinamento dos funcionários, que precisarão passar por um processo de “reskilling”.
Um claro exemplo é que, mesmo com altos investimentos em big data, muitos CEOs ainda não têm acesso a dados relevantes de maneira completa, muito em função da falta funcionários qualificados na área.
Um levantamento da consultoria PwC indicou que 55% dos CEOs acham que a ausência desse tipo de talento impede a inovação de maneira efetiva, e 44% dizem que estão deixando de alcançar metas de crescimento pela mesma razão.
Isso nos leva a constatar as reais protagonistas da transformação não são as novas tecnologias e sim as pessoas. Afinal, não adianta ter plataformas inovadoras para compilar dados se não há funcionários capacitados para analisá-los. As informações precisam ser filtradas, tratadas e interpretadas para que se transformem em insights e, então, virarem ações. E é só por meio de ações que geramos resultados.
Mas, afinal, o que é a gestão de mudanças?
Se você ficou com receio de cair nas armadilhas citadas acima, não precisa se desesperar. A gestão de mudanças poderá ajudar sua empresa a se preparar para lidar com os obstáculos do processo de transformação!
De maneira geral, a gestão de mudanças consiste em um processo estruturado, com metodologias e ferramentas, que orienta o lado humano da organização para que realmente tenha avanços concretos no processo de mudança.
Ela contempla todos os níveis e camadas da empresa, das equipes de base aos CEOs, com uma abordagem multi e interdisciplinar.
Com essa gestão, é possível avaliar de maneira clara o impacto de cada transição e construir uma rede de mudanças voltada para comunicação, engajamento e capacitação dos indivíduos. No mais, contribui na definição de indicadores-chave para medir e avaliar os resultados alcançados.
Que benefícios a gestão de mudanças traz?
A gestão de mudanças tem como principal benefício a elevação do índice de sucesso das mudanças organizacionais, gerando um maior retorno sobre o investimento.
Existem diversos dados que mostram que um bom gerenciamento aumenta a probabilidade de um projeto atingir seus objetivos. Uma pesquisa do McKinsey, por exemplo, indica que empresas que investem na implementação da gestão de mudanças capturam maior valor em seus resultados — alcançando até 1,3 mais oportunidades sustentáveis que geram benefícios financeiros.
Outros benefícios obtidos com a gestão de mudanças são:
- conexão das mudanças com os objetivos e resultados da empresa;
- gerenciamento de resistências mais eficaz;
- maior agilidade para os processos;
- condução de pessoas de maneira saudável;
- redução de riscos e consequências negativas;
- melhor acompanhamento dos resultados obtidos.
Concluímos, então, que ausência de uma gestão de mudança efetiva fará com que seu negócio perca mais tempo, dinheiro e energia, comprometendo a permanência e desenvolvimento no mercado. Afinal, a transformação não é apenas uma questão de competitividade, mas de sobrevivência.
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