Benice

Carta aberta: nossa obra, nossa história, nossa marca

Sempre fui fã do Cortella e desde sempre amei filosofia.

Lembro que, na faculdade, lia muito Nietzsche e me irritava às vezes com as provocações dele.

Também amo tudo da Simone Beauvoir, seu posicionamento à frente do seu tempo. Sua figura é uma inspiração para nós, mulheres que acreditamos que viemos a esse mundo para fazer algo mais que viver.

Creio que temos que sair dessa vida melhor que chegamos. Temos que deixar nossa marca, para que possamos também incentivar os mais novos a fazer algo relevante para o outro. Assim, de grão em grão, vamos melhorando o mundo.

Recentemente li “Qual é a tua obra”, do Cortella. Nessa leitura pude navegar nos meus pensamentos, revisar o meu passado… mas, principalmente, escolher a cada dia o que quero ser. 

Sim, é uma escolha, mesmo que você não nasça em uma situação privilegiada. Sempre temos a opção de decidir nossas atitudes e comportamentos. 

Nesse livro, o tão brilhante professor fala de trabalho, de ética e de liderança.

Na sua definição: “O líder é aquele que tem uma força intrínseca e qualquer um de nós pode sê-lo”.

Achei essa frase música para meus ouvidos. E não estou falando só do líder organizacional, mas o líder do bairro, do grupo, de um movimento, de ideias… enfim, o líder de uma ação, que mesmo pequena pode impactar positivamente a vida de várias pessoas.

E, nesse momento, me dei conta que a minha obra ainda está em construção. Ela se faz a partir de um quebra cabeças com pequenas ações das quais me orgulho, outras que me arrependo. 

Mas espero que fique claro de perceber as diversas pessoas especiais que se juntaram a mim nas pequenas ações e que juntos fizemos coisas incríveis. Só então serei digna de me incluir na citação do Cortella:

“O líder é aquele que inspira, que anima as pessoas a se sentirem bem com o que fazem e a se sentirem integradas à obra.”

Uma dessas lideranças que muito me inspira é @carlos.jorgeeuamomaceio. Ele é fundador do @mandaverorg, uma ONG que fica lá em Maceió, não na parte bonita, mas da parte dura… longe do turismo, no Suruzeiro da Lagoa de Mundaú, lugar de extrema pobreza, no qual crianças e adolescentes trabalham em meio à escuridão, até a exaustão, para sobreviver.  

Jorge, como boa parte da população, veio de uma vida difícil, de agressão física, de falta de amor e violência. Teve sua história modificada quando conheceu Dona Madalena, uma vizinha que lhe “adotou” com seu amor e não desistiu de trazê-lo para o encontro de sua missão.

Hoje, com uma linda família, sorriso nos olhos, luta para que outros “Jorges” tenham a mesma sorte que teve.  Como se estivesse ciente do poder que tem sobre a vida dos outros, promove mudanças e afirma que vai transformar os bairros pobres de Maceió em um pólo empreendedor. Eu não tenho dúvida disso!

Em uma época me ofereci como coaching para o Jorge e confesso que eu é quem aprendia…Ficava encantada com seu astral, alegria e energia.

Quando ele veio a São Paulo pela primeira vez, para um evento do Gerando Falcões, jantamos juntos em casa, na companhia da Duci (#coresdomara) e Cesinha (#vozesVilaPrudente). Parecia que tinha um ovni sobre meu condomínio de tanta luz com esses jovens incríveis. Conversamos, tomamos vinho, rimos bastante e dormimos aqui. 

Tem tempo que não nos falamos. Eu ocupada com o trabalho e ele ocupado em salvar Maceió. Lutando contra a covid e trabalhando para educar a comunidade nos comportamentos seguros. 

Você não conhece o Jorge ? Pois deveria. Está aqui o meu compromisso em compartilhar com vocês quem nunca desistiu do que acredita (meu artigo: Sobre não desistir). Se você pode ajudar? Sempre! Pesquise, siga e doe para Jorge de Mundaú, que está mudando o mundo…

Abrir bate-papo
1
Olá 👋
Como podemos te ajudar?